segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ETANOL


Etanol (álcool etílico) é o mais comum dos alcoóis e caracteriza-se por ser um composto orgânico (CH3CH2OH), obtido por meio da fermentação de amido e outros açúcares, como a sacarose existente na cana-de-açúcar, nos açúcares da uva e cevada e também mediante processos sintéticos. É um líquido incolor, volátil, inflamável, solúvel em água, com cheiro e sabor característicos. A presença do oxigênio, elemento eletronegativo, em sua estrutura molecular, atrai elétrons de ligação, tornando-o um solvente fortemente polar.












Existem diversas utilizações para o álcool etílico como solvente em processos industriais, anti-séptico, conservante, componente de diversas bebidas, em desinfetantes domésticos e hospitalares, solvente de fármacos importantes, na forma de combustível veicular e na produção de energia elétrica. Mais recentemente, o etanol vem sendo considerado um gerador em potencial de biodiesel, apesar de outras matérias-primas originarem outros tipos de biodiesel. O etanol pode ser obtido pela via bioquímica de fermentações de açúcares ou pela via química de síntese, a partir da hidratação do etileno.

Microrganismos envolvidos na fermentação

Diversas espécies de levedura têm a capacidade de gerar álcool etílico a partir de açúcar. Para a qualidade e eficiência do processo, é importante que, durante a fermentação, sejam usadas linhagens únicas e com grande capacidade fermentativa. Elas devem ser acompanhadas constantemente.
A identificação das leveduras é realizada de acordo com a taxonomia e molecularmente por técnicas modernas de biologia molecular (como PCR). A espécie de levedura mais usada nas destilarias é a Saccharomyces cerevisiae, sendo o gêneroSaccharomyces, o de maior incidência.
A eficiência de fermentação hoje chega até 18% de concentração de etanol nos processos industriais. A estrutura interna celular desta levedura apresenta as organelas características de uma célula eucariótica, como núcleo, mitocôndria e retículo endoplasmático.
A levedura Saccharomyces tem parede celular rígida e também um grande vacúolo, que pode acumular água e, assim, alterar o volume da célula. O material genético está organizado no núcleo destas células, em 16 cromossomos. Recentemente, todo o genoma dessa levedura foi seqüenciado e disponibilizado para a comunidade científica.
 

O etanol como combustível


O álcool etílico é utilizado como combustível desde o nascimento dos automóveis, na tentativa de adaptar os motores recém inventados para a sua utilização. Desde então, o uso do etanol em veículos automotores tem sido um considerável avanço. O álcool é menos inflamável e menos tóxico que a gasolina e o diesel. Ele pode ser produzido a partir de biomassa (resíduos agrícolas e florestais). No Brasil, ele é gerado principalmente da cana-de-açúcar. Nos Estados Unidos, o milho é o mais usado.
O uso de álcool combustível teve seu primeiro ápice no país a partir da década de 70, com a crise de petróleo no mundo e o nascimento do Proálcool (Programa Nacional do Álcool) em 14 de novembro de 1975, que incentivava o cultivo da cana-de-açúcar e provia recursos para construção de usinas, e tinha como apelo o fato de ser uma fonte de energia renovável e menos poluidora que os derivados do petróleo, o que possibilitou o desenvolvimento de uma tecnologia 100% nacional.
A utilização do álcool como combustível em carros de fabricantes nacionais atingiu seu pico em 1986 junto com o popular Fiat 147, mas os produtores acabaram preferindo vender sua matéria-prima para produção de açúcar em vez de álcool por causa dos preços, o que, junto com a queda do preço do petróleo, ajudou a levar o programa ao fracasso. Vale lembrar, no entanto, que, desde o começo do programa Proálcool, o Brasil economizou mais de US$ 180 bilhões com as importações de petróleo e juros pagos aos credores.
Hoje o Proálcool não existe mais, tendo-se encerrado oficiosamente no início do governo Collor de Mello (1990) quando o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) foi extinto e, no lugar, foram criados a Secretaria de Desenvolvimento Regional da Presidência da República e o Departamento de Assuntos Sucroalcooleiros. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) assumiu o papel de financiador de usinas. Pouco antes, em 1998, durante o plano econômico chamado Plano Verão, o governo havia acabado com paridade de preço de 64% entre o álcool e a gasolina, primeiro passo da desregulamentação do álcool no Brasil.
 O álcool no Brasil é usado também como aditivo à gasolina na porcentagem de 20% a 25%, por força de lei. Nesse caso é o álcool anidro (sem água), de especificação mínima 99,3° INPM (por peso), enquanto o álcool fornecido nos postos é o hidratado, de 92,6° a 93,8° INPM. Dos 25 bilhões de litros de gasolina consumidos anualmente, cerca de 6 bilhões de litros são de álcool anidro. Nos Estados Unidos tal mistura, mas a 10%, é disponível em alguns estados e se chama gasohol.

 

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